Conversando abertamente sobre suicídio

Na psicologia definimos o suicídio como um gesto de autodestruição, de realização do desejo de dar fim ao próprio sofrimento emocional ou ao desejo de morrer. O suicídio é uma escolha e uma ação com grandes consequências para o meio social, podendo acontecer em todas as idades, etnias e classes sociais.

Estima-se que anualmente cerca de 10 a 20 milhões de pessoas tentam suicídio, e a cada suicídio concretizado, cerca de 6 a 10 pessoas sofrem consequências irreversíveis em suas vidas. Esses números são muito altos para que passem despercebidos pelas autoridades mundiais de saúde e por profissionais da área da saúde mental.

Muitas causas levam a pensamentos e atos suicidas. Em geral, as pessoas tem necessidade de aliviar pressões externas e dores emocionais, depressão, transtornos de ansiedade graves, medos, traumas, mágoas e culpas ligadas a fracassos financeiros, perdas de emprego ou posição social, considerados fracassos e humilhação.

Na maioria dos casos, as pessoas combinam duas ou mais situações e sentimentos conflituosos, gerando o sentimento de ambivalência onde pensamentos de fuga e desaparecimento se alternam com pensamentos negativos de não serem capazes de resolver seus problemas, não enxergarem saídas ou possibilidades. Todos esses conflitos geram a necessidade da busca pela paz e o descanso, na intenção de uma situação melhor, provocando o surgimento do pensamento suicida, onde este parece ser o meio mais rápido e eficaz de “resolverem” todo o sofrimento que vivem.

Infelizmente, o pensamento suicida é algo que faz parte da natureza humana, e é impulsionado pela possibilidade de fazer essa escolha, mas também é uma reação que acontece naturalmente frente a situações de grande estresse e dores emocionais, sendo mais comuns em pessoas já fragilizadas por mais de uma situação. O suicídio não está ligado diretamente a uma doença mental, mas sim a um momento crítico que pode despertar esse pensamento.

Diferente do socialmente falado, o número de homens que cometem suicídio é maior do que o de mulheres, apesar das mulheres tentarem mais vezes do que os homens. Isto está diretamente relacionado com a cultura patriarcal, onde o homem não pode demonstrar sentimentos ou pedir ajuda para lidar com eles. Muitos são os preconceitos sociais que ainda envolvem o homem e a saúde mental “abalada”, e, por isso, infelizmente muitos conseguem tirar suas vidas, sem ao menos receber qualquer tipo de ajuda. Diferente das mulheres, que de forma geral tem um espaço maior para demonstrarem suas emoções e “fragilidades”,  e dessa forma receberem ajuda.

Frequentemente as pessoas que pensam em suicídio pedem ajuda em momentos críticos, mas fazem também algumas mudanças que podemos estar atentos como: isolamento, mudanças de hábitos muitos marcantes, perda do interesse na aparência física, queda no desempenho profissional ou escolar e alterações de sono e alimentação. Associado a tudo isso, podem aparecer falas como “eu quero sumir” ou “prefiro morrer” – esses casos demonstram necessidade de atenção e possivelmente de ajuda.

Muitas pessoas que pensam em suicídio podem desistir dessa ideia se receberem apoio e puderem falar sobre o assunto sem julgamentos, recebendo acolhimento e respeito da sua rede de apoio, que são aqueles em quem confia. A combinação de profissionais de saúde mental e ONGs como o CVV, que disponibiliza atendimento gratuito 24 horas todos os dias, tem grandes chances de auxiliar na promoção da saúde mental e da qualidade de vida.

Escolha Voar Alto.

Vamos falar sobre depressão?

Já sabemos que a tristeza é uma emoção básica, e, portanto, acompanha todos os seres humanos em qualquer idade. A tristeza pode ser causada pelos mais diversos motivos, mas o que não podemos esquecer é que a tristeza é uma emoção que ajuda as pessoas na reformulação de processos cognitivos e na reflexão das situações vividas. Para algumas pessoas, pode ser que a tristeza se torne mais frequente e persistente, o que pode ser um sinal de depressão. Mas afinal, o que é a depressão?

Precisamos deixar claro que a depressão é considerada uma psicopatologia, com diagnóstico claro e sintomas pré-definidos pelo CID-10 ou pelo DSM, que incluem tristeza persistente por duas semanas ou mais, perda do prazer nas atividades que antes eram prazerosas (anedonia), desmotivação, alterações de sono e apetite, entre outros sintomas.

Lembre-se que a tristeza é natural e tende a ser passageira, enquanto a depressão é persistente e geralmente interfere diretamente na produtividade e nas relações pessoais e profissionais. Em geral, não importa o que a pessoa faça, a tristeza continua presente, com dificuldade de enxergar as possibilidades que o futuro lhe reserva.

Ainda hoje a ciência não consegue precisar sobre qual a causa exata do transtorno depressivo, porém, já existem muitos agentes conhecidos e comprovados, que envolvem fatores genéticos, experiências de vida (problemas financeiros, de relacionamento, desemprego, aposentadoria, etc), eventos estressantes (assaltos, acidentes, sequestros, morte de pessoas significativas), doenças físicas crônicas, abuso de substâncias e outras questões que combinadas podem influenciar o início do transtorno ou ainda episódios de recaída.

Nesse contexto podemos afirmar ainda que as características de personalidade de cada indivíduo influenciam diretamente o entendimento de cada um desses eventos, sendo um fator fundamental para desencadear ou não um transtorno.

Infelizmente essa doença é muito mais comum do que parece, e embora a maioria dos quadros sejam considerados leves, uma em cada dez pessoas terá um episódio moderado ou grave. Por isso, é importante que você seja capaz de reconhecer quando a tristeza se tornar um problema.

Os sintomas psicológicos são definidos como:

1. Sentir tristeza ou angústia sete dias por semana, vinte e quatro horas por dia, por pelo menos duas semanas seguidas sem melhorar em momento nenhum dentro desse período;
2. Perda do prazer em atividades que eram prazerosas (anedonia);
3. Redução da capacidade de concentração, lentidão no fluxo de pensamentos capazes de influenciar na produtividade e eficiência;
4. Sentimento de culpa e desvalia a maior parte do tempo;
5. Pensamentos de morte ou automutilação como forma de alívio para tristeza.

Já os sintomas físicos podem ser definidos como:

1. Aumento ou diminuição no apetite;
2. Aumento ou diminuição do sono;
3. Perda da libido;
4. Sentir-se fraco, cansado ou sem energia para realizar as atividades do dia-a-dia;
5. Choro fácil, sem motivo aparente;
6. Perda do ritmo e da capacidade de executar as atividades diárias.

É importante saber que para o diagnóstico da depressão, não é preciso que se apresentem todos esses sintomas, mas que alguns deles estejam presentes junto com prejuízos sociais, pessoais e profissionais. Essas informações ajudarão no diagnóstico da depressão, que deve ser feito somente por profissionais especializados em saúde mental.

Vamos derrubar Tabus? Vamos falar sobre suicídio

Diante de toda a mudança que vem acontecendo no mundo, falar em saúde mental se tornou mais urgente do que nunca. No Brasil, 32 pessoas tiram a própria vida todos os dias, e a cada 45 minutos em média um brasileiro morre vítima de suicídio. Compreender as causas e as formas de ajudar pode ser o primeiro passo para reduzir esses números tristes.

As razões para o suicídio podem ser as mais variadas, porém, o que mais assusta é que muitas pessoas já tiveram essa intenção em algum momento da vida. Segundo estudos da Unicamp, 17% dos brasileiros em algum momento pensaram em tirar a própria vida, e desses, 4,8% chegaram a elaborar um plano para isso.

Diante dessa triste realidade, acreditamos que as primeiras medidas que se podem tomar partem da prevenção e da educação: é necessário falar sobre o assunto, derrubar os tabus que envolvem o suicídio e compartilhar informações ligadas ao tema. Essas medidas já foram tomadas com outros temas também tabus como o sexo, as drogas, as doenças sexualmente transmissíveis, o anticoncepcional e todos os outros assuntos que viraram grandes causas de prevenção e enfrentamento, ajudando a proteger milhares de pessoas.

O mês de Setembro foi escolhido simbolicamente como o mês da luta pela prevenção ao suicídio, e acabou tornando-se o mês onde as pessoas estão mais abertas para receberem informações e aprenderem sobre ao assunto. Então, queremos ensinar a você que para prevenir um suicídio, é fundamental aprender a acolher sem criticar, conversar sem julgar, escutar e compreender os sentimentos daqueles sofrem com ansiedade, tristeza, medo, solidão e tantos outros sentimentos que causam dores emocionais e precisam ser respeitados e tratados com paciência e cuidado.

É preciso reconhecer sinais, diferenciar mitos de verdades, conversar, ouvir profissionais e conhecer os canais de apoio como o CVV 188 (Centro de Valorização da Vida), que disponibiliza orientação e atendimento gratuito 24 horas todos os dias. Além de tudo isso, falar sobre o assunto também é uma solução para que possamos praticar a empatia e enxergar com os olhos de quem pensa em suicídio, e quem sabe assim sermos capazes de apoiá-los.

O que sabemos é que essas pessoas tem em comum um grande sofrimento emocional para o qual não vêem saída, encontrando no suicídio uma forma de resolver seus problemas, acabar com a dor, pois não necessariamente o desejo dessa pessoa é de morrer. Portanto, a dor emocional que a pessoa sente precisa ter fim, e de alguma forma ela precisa ser curada, ressignificada e transformada, pois assim como os outros sentimentos vistos como positivos, a dor precisa encontrar sua forma de expressão. Por isso, os canais de comunicação para que todos possam pedir ajuda devem sempre permanecer abertos.

Seja um ponto de luz na vida dos outros todos os dias, e use o Setembro Amarelo como plataforma de comunicação e prevenção.

Encontre em nós apoio para Voar Alto.

Sete dicas que vão te auxiliar a superar a depressão.

Agora que você consegue compreender o que é como são definidos os sintomas para diagnóstico de depressão, gostaríamos de deixar claro que para o tratamento dessa psicopatologia, é indispensável a combinação da terapia medicamentosa, psicoterapia e estratégias comportamentais.

Por isso, gostaríamos de apresentar algumas dicas que acreditamos que vão AUXILIAR você na luta contra a depressão:

1. Se afaste de situações estressantes: a longo prazo, situações estressantes produzem um hormônio chamado Cortisol, que em excesso causa vários problemas e um deles é a depressão. Portanto, utilize técnicas que auxiliem na redução de estresse e aumento do relaxamento.
2. Fortaleça sua rede de apoio: mantenha-se próximo das pessoas as quais você se sente acolhido, que gostem de você e sejam capazes de estar ao seu lado quando seus sentimentos forem tristes e dolorosos, e seus pensamentos estiverem negativos. Familiares e amigos são as pessoas mais indicadas para estarem ao seu lado nesses momentos.
3. Aprenda a questionar seus pensamentos: as pessoas que sofrem do transtorno depressivo costumam ter um fluxo de pensamentos negativos e de culpa muito maior do que as outras pessoas. Aprender a percebê-los e questioná-los é importante para avaliar se realmente são verdadeiros. Essa técnica costuma ajudar a melhorar a qualidade do seu humor. Fazer psicoterapia certamente pode auxiliar você a modificar esses padrões de pensamentos e emoções.
4. Procure resistir à procrastinação e defina prazos: a depressão causa a perda de energia física, assim como dificuldade de concentração, o que faz com que a procrastinação pareça sempre a melhor opção. Todavia, a procrastinação aumenta a culpa, o sentimento de incapacidade e frustração, o que alimenta o círculo vicioso iniciado nos pensamentos negativos. Para isso, é importante definir prazos e gerenciar o seu tempo de forma que você cumpra as pequenas metas diárias que vão te ajudar a se sentir mais eficiente e capaz.
5. Estimule sua serotonina para que seja produzida naturalmente: a serotonina é o principal hormônio relacionado ao bem-estar e a felicidade. Ele pode ser produzido naturalmente ao você realizar atividades físicas como caminhada, corrida, yoga, entre outras. Além disso, alguns cientistas afirmam que também é possível produzir serotonina ao relembrar de momentos felizes, receber contatos físicos como abraços e massagens, ou mesmo quando tomamos sol. Escolha a forma que mais motiva você e estimule diariamente sua produção de serotonina.
6. Cuide dos seus hábitos alimentares: muitos são os nutrientes que podem interferir na manutenção dos sintomas de depressão, como o zinco, por exemplo. Antes de realizar qualquer mudança alimentar, procure auxílio de um nutricionista.
7. Atenção à higiene do sono: sono e humor estão diretamente ligados, portanto, cuidar da higiene no seu sono pode melhorar a qualidade dele e, consequentemente, ajudar a estabilizar o seu humor. Para isso, sugerimos que desligue os aparelhos eletrônicos pelo menos uma hora antes de ir para a cama, beba água, vá ao banheiro e reduza a luminosidade se for possível. Evite usar o quarto para trabalhar ou qualquer outra coisa que não seja o seu descanso.

É fundamental nesse momento trazer para perto de você pessoas que te façam bem, que coloquem você para cima. Corte relações tóxicas, se concentre no que é importante e traz prazer para sua vida. Escolher Voar Alto depende de você, não se trata de egoísmo, mas sim de autocuidado, autocompaixão e amor próprio. Para sair da depressão, você precisa cuidar da sua saúde mental, um dos sseus bens mais preciosos.

Essas dicas colocadas em prática não substituem o acompanhamento profissional para o tratamento da depressão, elas representam sugestões que vão servir como complemento ao tratamento médico e psicológico.

O que não está legal na sua vida pode ser a causa da sua ansiedade

A ansiedade aparece em nossas vidas muitas vezes de formas diferentes. Em algumas pessoas, ela aparece na hora de realizar uma prova, ou na perda do sono à noite, com a cabeça cheia de preocupações que parecem muito distantes de resolver. Para outras pessoas, pode ser que a ansiedade impeça elas de falar em uma reunião de trabalho, de sair com os colegas para um restaurante, ou mesmo provoque um pânico total, sem nenhum motivo aparente, mas cheio de sintomas físicos desconfortáveis.

Seja qual for a forma em que a ansiedade aparece na sua vida, queremos informar a você que a ansiedade é completamente tratável, e, com o cuidado adequado, você pode sim voltar a viver bem, tendo controle do que sente e não permitindo que ansiedade interfira na sua saúde.

A terapia cognitivo-comportamental (referencial teórico da nossa equipe da Escolha Voar Alto) provou ser totalmente eficaz no tratamento não só da ansiedade, como de muitos outros transtornos psicológicos. Geralmente os pacientes apresentam uma evolução perceptível logo ao iniciar o processo terapêutico.

Como já falamos, a TCC é uma forma estruturada de psicoterapia que se propõe a orientar o paciente sobre a influência que os pensamentos tem sobre as situações que vivemos, e como tudo isso influencia e altera o nosso estado de humor e consequentemente a forma que nos comportamos. Ou seja, a forma como você interpreta e compreende uma situação determina o modo como você sente e o modo como você se comporta.

Esse modelo terapêutico tem como um dos objetivos principais auxiliar você no reconhecimento dos seus pensamentos que geram sofrimento e transtornos psicológicos, permitindo que você mesmo compreenda seus padrões de pensamentos, emoções e comportamento (modelo cognitivo). Dessa forma, você aprenderá a parar de agir de forma automática e disfuncional, sendo capaz de reestruturar sua vida e tomar decisões sob outra ótica.

Infelizmente, para que a ansiedade tenha surgido em sua vida, algo não estava legal, e, por isso, ela se manifestou. Então, sugerimos que agora você pare e analise o que pode não estar satisfatório em sua vida e ter causado o aumento da sua ansiedade, provocando os sintomas que você tem experimentado.

Pode ser o seu trabalho, a sua vida amorosa, sua vida financeira, o fato de você não saber dizer não e se sentir cansado, uma decisão importante que só você pode tomar, mudanças recentes que podem ter desorganizado sua rotina. Muitas coisas podem provocar o aumento da ansiedade, mas é fundamental que você se pergunte sempre “o que não está bom na minha vida?”. Assim, juntos dentro do processo terapêutico iremos cuidar não só do seus sintomas físicos e psicológicos, mas também da reestruturação da sua vida para que você possa voltar a Voar Alto.

O que é a resiliência?

A Resiliência é um termo que se originou na física, e identifica as propriedades que alguns corpos possuem de voltar à sua forma original quando submetidos a alguma deformação elástica.

Para a psicologia, a resiliência significa a capacidade que cada ser humano apresenta em lidar com eventos importantes, superar problemas e mudanças, lidar com situações como choque, estresse ou evento traumático sem sofrer as consequências mais naturais dessas situações. O que parece é que algumas pessoas nascem com essa capacidade, e com isso encontram ou criam meios estratégicos para lidar com as situações de maneira racional e eficiente.

Segundo Robert Brooks, psicólogo e coautor do livro “O poder da resiliência: alcançando equilíbrio, confiança e força pessoal em sua vida”, as pessoas resilientes apresentam um senso de controle pessoal diferente da maioria, e geralmente são pessoas mais otimistas e dispostas a assumir riscos. Essas pessoas costumam ser mais propensas a manterem relações afetivas e profissionais saudáveis. Pessoas resilientes acreditam em si mesmas, são mais proativas e geralmente estão dispostas a trabalhar mais arduamente sob pressão para alcançar seus objetivos.

O nível de resiliência de alguém determinará quem está melhor preparado para lidar com as adversidades e quem terá sucesso com o aprendizado adquirido com a experiências de insucesso da vida. A resiliência é resultado de respostas e aprendizados adquiridos ao longo da evolução pessoal de cada um, e aqueles que desenvolvem a resiliência são capazes de ser mais produtivos, focados e responderem aos problemas com mais rapidez e flexibilidade. Isso permite com que eles saiam de um momento de crise com muito mais facilidade.

Saiba que existem pessoas não só capazes de enfrentar os problemas, mas que ainda aprendem com eles e os usam para seu próprio crescimento pessoal. São características comuns a essas pessoas:

  1. Autoconfiança: É a convicção pessoal de que se é capaz de realizar algo com eficiência, e com isso alcançar seus objetivos pessoais. Está diretamente ligada à autoestima.
  2. Persistência: Pessoas persistentes são conscientes de que para se ter sucesso, é preciso se levantar das quedas da vida. Essas pessoas sabem que o sucesso pessoal e profissional está na perseverança de lutar por um objetivo independente do obstáculo.
  3. Otimismo: Características de quem tem muita esperança na vida, na evolução das pessoas. Costumam ser proativos, eficazes e acreditam na sua própria possibilidade de controlar a vida.
  4. Empatia: Capacidade de se comunicar tendo o respeito e disponibilidade real para compreender o outro com as características de sua personalidade.
  5. Flexibilidade: Uma pessoa flexível é capaz de se adaptar às mais diversas situações, ambientes e atividades diferentes com mais facilidade e menos emoções negativas. Essa característica é fundamental em empresas com áreas variadas, onde uma mesma pessoa exerce várias funções.
  6. Sabe lidar com as emoções: Geralmente são pessoas que sabem lidar com situações de pressão e estresse, agindo de maneira racional e eficaz nesses momentos, aprendendo e reorientando-se diante da vida.

No seu dia-a-dia, o que você faz quando os problemas insistem em aparecer? Você se desespera, foge ou enfrenta a situação? Todos têm estratégias diferentes para lidar com os problemas, e caminhos diferentes para desenvolver a resiliência. Busque a sua forma, se observe, perceba onde pode mudar ou melhorar. Se sentir que precisa de ajuda, não deixe de buscar auxilio profissional.

O que é a tristeza?

A tristeza é um fenômeno transitório, normalmente de curta duração. Consiste em uma emoção básica, que pode ser definida para a psicologia como estafa afetiva caracterizada pela falta de alegria e pela presença da melancolia, onde prevalece o estado de desânimo, resignação e desesperança. Essa definição nos faz pensar que a tristeza é uma emoção voltada para dentro, onde nos sentimos abatidos e sem energia, o que nos afasta do mundo externo e nos mergulha profundamente em um oceano de introspecção.

O autor Daniel Goleman descreve no livro Inteligência Emocional que a tristeza provoca perda de energia e prazer pelas atividades. Apesar disso, sua principal função é de adaptação às situações de vida que surgem com o desenvolvimento humano, como a perda de um ente querido ou uma decepção realmente importante.

Muitos de nós costumamos confundir cansaço com tristeza, o que para alguns é pertinente, já que em muitos ambientes competitivos estar casando pode parecer mais digno do que mostrar-se triste. Nesses ambientes a tristeza é vista como sinal de fraqueza e vulnerabilidade, e por isso ali não se deve demonstrar essas emoções.

Precisamos reconhecer a tristeza como uma emoção de introspeção importante de sentir, quando de maneira harmoniosa e olhando para ela com potencialidade para cumprir o papel de reajustamento necessário diante das adversidades que o momento nos traz.

A introspeção talvez seja um dos aspectos que torna a tristeza mais difícil de lidar, e acreditamos que isso aconteça por que nós não aprendemos a lidar com nosso próprio interior. Quando nos vemos obrigados e mergulhar profundamente em nós mesmos, sentimos muito desconforto e dores emocionais que não estamos preparados para enfrentar. Por isso, é sempre mais fácil fugir da tristeza, escondendo-se atrás de sorrisos falsos e fotos bonitas nas redes sociais.

A tristeza é uma emoção fascinante, por que ao mesmo tempo que para alguns está ligada à fraqueza, para a psicologia é uma importante ferramenta para a transformação interior e o crescimento emocional daqueles que têm coragem para se olhar com respeito e amor, vivenciando de forma profunda suas emoções.

Sendo assim, a tristeza como emoção básica é um acompanhante natural do desenvolvimento humano.
Quando se sentir triste, sugerimos que você se questione: Quando estou triste? Como me comporto quando estou triste? Qual o tamanho da minha tristeza? O que devo fazer com ela? Se conseguir responder a todas essas perguntas e ainda assim a sua tristeza continuar crescendo e se tornar mais forte e presente, não deixe de buscar ajuda profissional.

A tristeza como emoção básica

Com o desenvolvimento das tecnologias e o crescimento do mundo corporativo com todas as suas peculiaridades, temos vivido um momento onde nossas emoções tem se tornado mais presentes e os nossos meios para lidar com elas ficam cada dia mais reduzidos. Diante do acúmulo de responsabilidades e horários a serem cumpridos, metas e objetivos a serem alcançados e da necessidade de demonstrar sempre emoções positivas, nos afastamos da realidade e entramos cada vez mais em uma cultura totalmente avessa à tristeza.

Embora faça parte das emoções básicas, em muitos contextos costumamos rejeitá-la, transformando ela no sentimento dos fracos ou vitimados. Mas a tristeza é uma emoção natural, e precisamos encarar isso como um fato. Como emoção básica, ela costuma ser passageira e trazer consigo momentos de reflexão que quando vividos com consciência, auxiliam no desenvolvimento de todos os seres humanos.

A tristeza surge a partir de situações ligadas à perdas, decepções, choques ou insatisfações reais. Até mesmo para aquelas pessoas que vivenciam momentos de profunda alegria, a tristeza existe e pode aparecer nas formas de pensar e se comportar de todas as pessoas. As duas emoções são consequências das nossas escolhas, e precisamos lembrar que nós temos poder sobre elas.

Vivemos em uma sociedade onde a exposição da vida e de quem somos virou uma forma de competição velada. A preocupação de muitos passou a ser demonstrar uma situação de vida muito feliz, com idas a lugares da moda, viagens para lugares paradisíacos e uma superexposição de emoções positivas, que contam com muitos likes e um bem-estar que não existe. Como sociedade, temos enorme dificuldade em lidar com as frustrações, traições e o abandono, e muitos preferem esconder-se atrás de perfis repletos de inverdades a mostrar suas dores.

Algumas pessoas sentem uma tristeza “fora da curva” que é impossível de esconder, apresentando muito mais dificuldade em lidar com suas emoções e realizar suas atividades diárias. A tristeza para essas pessoas tem uma duração e uma intensidade geralmente maior, e elas precisam buscar ajuda profissional para receber apoio e orientações específicas.

Mas se você não se percebe “fora da curva”, aproveite esse momento para olhar para dentro com cuidado e amor, se dedique a sentir a emoção e deixá-la passar, sem julgamentos, sem fugir ou tentar desfazer a emoção. Permita-se sentir, respeitando-se, mas não se apegue a emoção e deixe que ela vá embora quando chegar a hora.

O medo como um emoção natural.

Estamos vivendo um momento diferente de tudo que nossos olhos já viram. Hoje todos nós vamos sentir medo e vivenciar o sentimento de luto e isso será sentindo e expressado de formas diferentes. A minha tia sempre tão calma, acabou irritada e chorando muito por um motivo meio bobo, uma colega de trabalho agiu de maneira rude comigo e eu decidi parar pra pensar sobre o assunto e observei que aqueles não eram os comportamentos naturais delas, e poderiam ser os reflexos do medo em suas reações físicas e emocionais e a forma como elas conseguiram expressa-lo.

Ser capaz de reconhecer suas expressões de medo vindas do luto provocado por um momento em que isolar-se e evitar o contato social se torna a principal forma de se proteger de qualquer risco é extremamente poderoso e nos ajuda a compreender e controlar aquilo que está em nós, e colocar para fora de uma forma mais humana, assertiva e honesta com tudo aquilo que sentimos.

Ao ser capaz de nomear o que você sente, é possível perceber que as emoções se modificam e muitas se tornam mais leves e harmônicas para que você seja capaz de reconhecer tudo aquilo pelo que está passando. Para lidar com seu medo, pedimos que reflita sobre suas emoções e nãos as julgue ou tente modifica-las imediatamente com aquelas falas comuns a maioria de nós “estou com medo, mas não deveria sentir isso”, é preciso parar no primeiro sentimento e aceitar está sentindo o medo, angústia ou qualquer outro sentimento que esteja presente, lutar contra isso e julga-la não vai te ajudar porque são seus pensamentos e sentimentos que estão produzindo suas emoções.

Ser capaz de aceitar suas emoções e permitir que se movimentem dentro da sua mente e assim você será capaz de organiza-los e aprender mais sobre você mesmo, seus pensamentos e comportamentos e finalmente você não será mais uma vítima da situação emocional e social em estamos vivendo e seguir adiante com coragem, força e autoconhecimento.

Você sabe quais são suas emoções básicas?

Ter emoções básicas independe de idade, gênero, raça ou classe social, todo ser humano em algum momento da vida sente emoção, principalmente porque as emoções demonstram como nos sentimos diante de determinadas situações, o que as torna fundamentais para o autoconhecimento e desenvolvimento do indivíduo.

Sobre as emoções é importante saber que todas são necessárias para e evolução da espécie humana e que, além disso, não existe emoção ruim, todas elas são fundamentais mesmo as mais desconfortáveis para nosso amadurecimento pessoal e profissional, elas tem seu papel e são essenciais em nossas vidas.

Você sabe quais são as emoções básicas para o ser humano?

De acordo com o médico e psiquiatra Eric Berne um dos precursores da teoria analítica, o ser humano apresenta cinco emoções básicas. São elas:

1 – Tristeza

A tristeza pode estar ligada à condição de vida ou à perda real de algo ou alguém e geralmente significa que algum aspecto interno precisa ser cuidado e resinificado, para que seja mantido o equilíbrio emocional do individuo.

Aspectos da tristeza: Desgostoso, Depressivo, Entediado, Solitário, Ferido, Desolado, Cansado, Retraído, Deprimido, Melancólico, Nostálgico.

2 – Medo

Um sentimento instintivo que demonstra o desejo de proteger-se contra possíveis perigos, podendo ocorrer em diferentes escalas e estímulos. Muitas pessoas consideram o medo um defeito, mas é importante lembrar que o medo é fundamental para nós porque nos ensina a exercer a autopreservação, contribuindo para a evolução da espécie humana desde os primórdios da humanidade.

Aspectos do medo: Angústia, preocupação, timidez, constrangimento, vergonha, pânico, pavor, etc.

3 – Raiva

Emoção capaz de levar o sujeito a agir de forma agressiva, em forma comportamentos de ataque ou defesa, sendo capaz de aumentar momentaneamente sua força física. Geralmente surge de forma natural quando o individuo interpreta uma situação como injusta ou uma ameaça à vida, consigo mesmo ou com o outro.

Aspectos da raiva: Incomodo, fúria, ressentimento, incômodo, ódio, revolta, agressividade, decepção, frustração, indignação, hostilidade, decepção e ciúme, etc.

4 – Alegria

A alegria se caracteriza por sentimento de bem-estar e prazer com diferentes intensidades, geralmente associados e situações de conquistas, realizações, relações saudáveis, equilíbrio emocional. Esta diretamente ligada à autoestima, força interna e o foco em objetivos pessoais e profissionais.

Aspectos da alegria: Satisfação pessoal, prazer, alívio, animação, ilusão, interesse, euforia, esperança, etc.

5 – Afeto

É a emoção que surge ao vivenciar relações saudáveis, sejam elas amoras ou fraternas com familiares e amigos, é diretamente relacionado ao carinho, a proteção, cuidado e o amor. Sentimento ligado ao desejo, influente nas relações sexuais, fundamental para a reprodução da espécie humana e sua existência no mundo.

FACETAS DO AFETO: Esperança, amor, paixão, curiosidade, enternecido, comoção, malícia, saudade, desejo, sexo.