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Não idealize a pessoa amada, evite distorcer a realidade em razão do amor

Você pode idealizar a pessoa amada de diversas formas: você pode mentir para os outros, mentir para si mesmo e pode aumentar ou diminuir características. Você pode inventar praticamente tudo o que quiser diante de um parceiro, e até se apaixonar pela imagem que cria. A nossa experiência na prática nos mostra que todos os apaixonados criam de alguma forma seu parceiro, e a sua parte racional ama o parceiro real, e seu lado idealista se apaixona por aquela pessoa que foi idealizada.

Ver seu parceiro como ele é, de forma nua e crua, requer coragem. Quando limpamos a imagem que criamos e passamos a conviver com a realidade, às vezes não gostamos do que vemos. Se isso acontecer com você, talvez seja melhor repensar a relação, porque você pode estar com a pessoa errada.

Não estamos dizendo que tudo em seu par deve ser compatível e igual ao que você gostaria, mas que é preciso fazer sempre um contato verdadeiro, sem maquiagens ou sem camuflagens, e aí sim decidir se quer se relacionar ou não com essa pessoa. Seja capaz de amar o que o outro é, e não o que você gostaria que ele fosse.

Nos consultórios vemos casos onde o parceiro idealiza o outro como uma forma de se sentir melhor com ele mesmo, e usam o outro como fonte de admiração e crescimento pessoal, como uma conquista, um troféu a ser mostrado. Não queremos dizer que você deve ser insensível às qualidade da pessoa que ama, mas uma coisa é admirar, outra é idolatrar com fins lucrativos. Acredite, isso ainda existe.

Vamos contar para você as quatro formas mais comum de idealização amorosa que vemos em nossos consultórios, e com a ajuda do autor Walter Riso, vamos descrever para que você seja capaz de reconhecê-las e aprenda a lidar com elas da melhor maneira possível. Nosso objetivo é desenvolver o seu autoconhecimento para depois você poder conhecer o outro e ser capaz de amá-lo como ele verdadeiramente é.

1 – Cegueira amorosa ou ignorar o mau o que outro lhe faz

Muitas pessoas amam a parte do outro que convém a elas ou que as afeta menos. Muitas vezes em nossos consultórios, vemos pessoas que ignoram os defeitos dos outros, mesmo que esses defeitos tragam a elas consequências diretas, como o paciente que ignora a cleptomania da esposa, ou a esposa que ignora o vício em jogos do marido que a faz perder todo dinheiro deles, ou mãe que tenta não ver o uso de drogas do filho. Uma coisa é ficarmos obcecados pelos defeitos de quem amamos, outra coisa é ignorarmos porque não queremos lidar com eles.

Essa é uma tática muito usada quando não queremos ou achamos que não podemos lidar com a realidade dos fatos, como se assim o risco das consequências fossem menores. Infelizmente, temos que dizer que em algum momento esses defeitos vão trazer a você consequências, e você não vai ter como não enfrentá-las por mais difíceis que sejam. Então, esteja atento aos defeitos do outro e perceba em você se quer, pode e consegue lidar com eles.

2 – Exagerar ao enxergar o lado bom do outro

Exagerar e maximizar o que o outro faz de bom, parabenizar os bons comportamentos mesmo que os maus sejam MUITO mais frequentes. O hábito em elogiar se torna tão frequente que as qualidades do outro são sempre elevadas a um nível que o leva a acreditar, e passa a realmente existir no relacionamento um jogo de mentiras onde os dois acreditam.

Se todos os dias você for elogiado e tratado como um deus, vai acabar acreditando que o outro tem razão, e vai acabar acreditando “Porque não? Afinal, não sou tão mal assim”. Em consequência, a pessoa vai agir como tal.

Se o seu parceiro elogia você, acha você a pessoa mais inteligente, bonita e sexy do mundo, se sinta lisonjeada e feliz, mas não se engane levando tudo ao pé da letra. Existem muitas opiniões no mundo, nem tudo que ele diz sobre você é a verdade absoluta para o resto do mundo.

3 – Minimizar os problemas ou “Não é isso tudo o que parece”

Algumas pessoas tentam se esconder da realidade e não encarar os defeitos do outro de frente, mas inevitavelmente para todos chega uma hora em que não é mais possível esconder e fazer de conta que não está vendo. Nessa hora, é usada a distorção cognitiva de minimizar as coisas e fazer de conta que não são tão graves quando parecem ser. Um exemplo que posso dar é o de um paciente cuja esposa tinha crises de raiva e algumas vezes chegou a agredí-lo fisicamente. Neste caso, o paciente se recusava a enxergar os abusos que sofria na relação, e não conseguia enxergar a esposa como uma agressora mal intencionada, e sim uma mulher com algum desequilíbrio.

Nesses casos precisamos fortalecer nossa autonomia, assertividade e amor próprio em nós mesmos, para que sejamos capazes de lidar com defeitos que machucam mas que precisam ser vistos e considerados para construir uma relação sólida duradoura.

4 – Quer ser amigo de quem nos machucou

Aqui o objetivo é se afastar do outro a ponto de garantir a visão que se tem do outro, mesmo que esse tenha trazido a você muitas dores. Exemplos como “ele não é bom marido, mas é um ótimo pai” ou “ele é um ótimo amigo, mas um péssimo namorado” são relatados com frequência nos consultórios, e nem sempre ouvir isso quer dizer que o fim daquele relacionamento está próximo. Às vezes isso pode levar meses, até anos para acontecer.

Pode alguém que magoou você e fez você sofrer virar seu amigo da noite para o dia? É possível transformar essa pessoa no seu melhor amigo sem rancores?

Perdoar não é ter amnesia e esquecer-se de tudo que aconteceu, mas recordar sem dor. Isso se consegue com um trabalho interno constante, focado no reconhecimento dos próprios valores e limites.

Sabemos que nos identificarmos com algumas dessas características de relacionamentos é bem comum, e queremos dizer que é sim possível construir relacionamentos mais saudáveis e muitos mais sólidos se você baseá-lo na realidade dos fatos, mesmo que não seja aquilo que você gostaria de ver. Esconder vai ser sempre pior a longo prazo. Busque ajuda se sentir necessidade.

Breve diálogo sobre autoconhecimento

O processo de autoconhecimento não é fácil, e nem sempre é cheio de alegrias e vitórias. Se você realmente escolheu o caminho do autoconhecimento, gostaríamos de pedir que você se prepare para aprender a cair e levantar, a presenciar ganhos e perdas dentro de você acontecendo ao mesmo tempo, sem que você tenha tempo para lidar com todos os aspectos que isso trará a você.

Em um processo de autoconhecimento, você certamente avançará em alguns aspectos, amadurecerá em algumas coisas e permanecerá imaturo para outras por algum tempo. Nesse momento, você agirá como criança fazendo birra, recorrerá às distorções cognitivas que sustentaram suas crenças, reagirá à situações e culpará os outros pela sua dor. Você poderá ainda atacar aqueles que mais ama enquanto tenta fugir de si mesmo, e tudo isso é perfeitamente normal e esperado quando você estiver amadurecendo e reconhecendo sua personalidade.

Com o processo de autoconhecimento, você terá um mix de grandes emoções: tristeza, raiva, angústia, alegria, amor, ódio, e terá uma verdadeira montanha russa de emoções, que permitirão que você aprenda a lidar com o mundo, os outros e tudo aquilo que cerca você. Você verá que o sentimento de gratidão e felicidade com suas descobertas serão fortes e reais, e isso o motivará a continuar, por mais chateado que esteja com suas próprias inconstâncias, afinal, isso também faz parte de você.

Você está se descobrindo, se percebendo e aprendendo a lidar com você mesmo, seus defeitos, qualidades, potencialidades e tudo aquilo que cerca você e funciona para o seu mundo interior. É um processo longo, às vezes doloroso, mas SEMPRE cheio de autorrealização, paz interior, liberdade pessoal e saúde emocional e física.

O processo de terapia é um importante mecanismo científico para auxiliar você a desenvolver seu autoconhecimento. Busque auxílio profissional para alcançar os mais altos voos com muito autoconhecimento, amor próprio e alegria.

Autoconhecimento como a chave para o sucesso.

O ser humano é um ser em constante evolução em seu autoconhecimento, ele é naturalmente sistêmico e sofre influência direta da relação entre pensamento, emoção e comportamento, por exemplo, se uma pessoa sofre de ansiedade fora dos padrões saudáveis, ela tem pensamentos geralmente de preocupação excessiva com o futuro, seja pessoal ou profissional e seu comportamento costuma ser de inquietação constante, falta de concentração e irritabilidade, o que afeta sua saúde mental.

Sendo assim, alguém que se sente ansioso e preocupado no ambiente de trabalho, nem sempre consegue exercer seu melhor desempenho, gerando pensamentos de impotência e fracasso, e comportamentos físicos como agitação psicomotora, respiração e posturas diferentes do habitual e claro, tudo isso influencia diretamente sua prática profissional.

Se pensarmos sobre as organizações e o trabalho, muitas vezes temos a ideia de que a alegria, o bom humor e a liberdade são coisas que ficaram na infância, ali os profissionais costumam sentir ansiedade, responsabilidade e preocupações, muitas vezes são esses sentimentos que levam a redução da sua produtividade e do seu sucesso.

Mas por que isso acontece com tanta frequência dentro das organizações e afeta diretamente seu sucesso?

Vou citar um caso real – Conheci um executivo de uma grande empresa, que se queixava do quanto seu trabalho não era prazeroso, sua rotina era cheia de tarefas que nunca terminavam, obrigando-o a estar sempre trabalhando e para ele falar em trabalho era falar em obrigação e responsabilidade e não é alegria ou prazer.

Nesse profissional faltava justamente isso, alegria e prazer, provocados pela falta de afinidade com sua rotina diária, muitas vezes a falta de autoconhecimento na escolha profissional é um dos principais fatores causadores de situações como a desse executivo, muitas vezes busca-se o que é socialmente aceito ao invés do que é prazeroso para si mesmo.

Isso que dizer que na vida profissional costumamos escolher nossa formação, atividade, empresa e trabalho sem ter o conhecimento real nas nossas próprias necessidades, baseando nossas escolhas em coisas como “o que dá mais dinheiro” “socialmente aceito”, “única opção no momento” e a consequência disso é um profissional engessado à responsabilidades cansativas, sem alegria e liberdade para executar sua rotina, afetando diretamente seu sucesso profissional.

O professor da escola de negócios de Harvard Robert Steven Kaplan com mais de 20 anos de experiência e estudioso do comportamento humano dentro das organizações afirma que “o sucesso depende de um processo corajoso de autoconhecimento” e podemos associar a isso a ideia de que esse é único caminho para à autorrealização (para a psicologia: a tendência do indivíduo em desenvolver suas possibilidades de crescimento). A autorrealização nos leva a sentir que somos importantes e úteis para nós mesmos e o mundo ao nosso redor, possibilitando a produtividade e claro, o sucesso.

Por isso consideramos o autoconhecimento um instrumento fundamental para todos os profissionais que tenha o crescimento pessoal e o sucesso como meta de vida e claro manter sua saúde mental, física e emocional. É aqui que surge a importância da auto percepção e da autoconsciência, pois podem tornar nossas escolhas mais conscientes, permitindo buscar em termos profissionais uma relação de afinidade entre nossas emoções e a profissão que será capaz de gerar satisfação pessoal e sucesso.

E aí que surge a pergunta: como me conhecer melhor a ponto de ser capaz de realizar escolhas que me levem ao sucesso? Um dos caminhos mais indicados para isso é buscar o autoconhecimento a através de técnicas de uma psicoterapia com um profissional especializado que te oriente na tomada de decisão, a busca pelos seus objetivos de forma honesta e saudável, sem a interferência direta do meio social ou da influência clara de situações ou pessoas que podem ser momentâneas como família e relacionamentos afetivos.

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