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Vamos falar sobre depressão?

Já sabemos que a tristeza é uma emoção básica, e, portanto, acompanha todos os seres humanos em qualquer idade. A tristeza pode ser causada pelos mais diversos motivos, mas o que não podemos esquecer é que a tristeza é uma emoção que ajuda as pessoas na reformulação de processos cognitivos e na reflexão das situações vividas. Para algumas pessoas, pode ser que a tristeza se torne mais frequente e persistente, o que pode ser um sinal de depressão. Mas afinal, o que é a depressão?

Precisamos deixar claro que a depressão é considerada uma psicopatologia, com diagnóstico claro e sintomas pré-definidos pelo CID-10 ou pelo DSM, que incluem tristeza persistente por duas semanas ou mais, perda do prazer nas atividades que antes eram prazerosas (anedonia), desmotivação, alterações de sono e apetite, entre outros sintomas.

Lembre-se que a tristeza é natural e tende a ser passageira, enquanto a depressão é persistente e geralmente interfere diretamente na produtividade e nas relações pessoais e profissionais. Em geral, não importa o que a pessoa faça, a tristeza continua presente, com dificuldade de enxergar as possibilidades que o futuro lhe reserva.

Ainda hoje a ciência não consegue precisar sobre qual a causa exata do transtorno depressivo, porém, já existem muitos agentes conhecidos e comprovados, que envolvem fatores genéticos, experiências de vida (problemas financeiros, de relacionamento, desemprego, aposentadoria, etc), eventos estressantes (assaltos, acidentes, sequestros, morte de pessoas significativas), doenças físicas crônicas, abuso de substâncias e outras questões que combinadas podem influenciar o início do transtorno ou ainda episódios de recaída.

Nesse contexto podemos afirmar ainda que as características de personalidade de cada indivíduo influenciam diretamente o entendimento de cada um desses eventos, sendo um fator fundamental para desencadear ou não um transtorno.

Infelizmente essa doença é muito mais comum do que parece, e embora a maioria dos quadros sejam considerados leves, uma em cada dez pessoas terá um episódio moderado ou grave. Por isso, é importante que você seja capaz de reconhecer quando a tristeza se tornar um problema.

Os sintomas psicológicos são definidos como:

1. Sentir tristeza ou angústia sete dias por semana, vinte e quatro horas por dia, por pelo menos duas semanas seguidas sem melhorar em momento nenhum dentro desse período;
2. Perda do prazer em atividades que eram prazerosas (anedonia);
3. Redução da capacidade de concentração, lentidão no fluxo de pensamentos capazes de influenciar na produtividade e eficiência;
4. Sentimento de culpa e desvalia a maior parte do tempo;
5. Pensamentos de morte ou automutilação como forma de alívio para tristeza.

Já os sintomas físicos podem ser definidos como:

1. Aumento ou diminuição no apetite;
2. Aumento ou diminuição do sono;
3. Perda da libido;
4. Sentir-se fraco, cansado ou sem energia para realizar as atividades do dia-a-dia;
5. Choro fácil, sem motivo aparente;
6. Perda do ritmo e da capacidade de executar as atividades diárias.

É importante saber que para o diagnóstico da depressão, não é preciso que se apresentem todos esses sintomas, mas que alguns deles estejam presentes junto com prejuízos sociais, pessoais e profissionais. Essas informações ajudarão no diagnóstico da depressão, que deve ser feito somente por profissionais especializados em saúde mental.