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O que é a tristeza?

A tristeza é um fenômeno transitório, normalmente de curta duração. Consiste em uma emoção básica, que pode ser definida para a psicologia como estafa afetiva caracterizada pela falta de alegria e pela presença da melancolia, onde prevalece o estado de desânimo, resignação e desesperança. Essa definição nos faz pensar que a tristeza é uma emoção voltada para dentro, onde nos sentimos abatidos e sem energia, o que nos afasta do mundo externo e nos mergulha profundamente em um oceano de introspecção.

O autor Daniel Goleman descreve no livro Inteligência Emocional que a tristeza provoca perda de energia e prazer pelas atividades. Apesar disso, sua principal função é de adaptação às situações de vida que surgem com o desenvolvimento humano, como a perda de um ente querido ou uma decepção realmente importante.

Muitos de nós costumamos confundir cansaço com tristeza, o que para alguns é pertinente, já que em muitos ambientes competitivos estar casando pode parecer mais digno do que mostrar-se triste. Nesses ambientes a tristeza é vista como sinal de fraqueza e vulnerabilidade, e por isso ali não se deve demonstrar essas emoções.

Precisamos reconhecer a tristeza como uma emoção de introspeção importante de sentir, quando de maneira harmoniosa e olhando para ela com potencialidade para cumprir o papel de reajustamento necessário diante das adversidades que o momento nos traz.

A introspeção talvez seja um dos aspectos que torna a tristeza mais difícil de lidar, e acreditamos que isso aconteça por que nós não aprendemos a lidar com nosso próprio interior. Quando nos vemos obrigados e mergulhar profundamente em nós mesmos, sentimos muito desconforto e dores emocionais que não estamos preparados para enfrentar. Por isso, é sempre mais fácil fugir da tristeza, escondendo-se atrás de sorrisos falsos e fotos bonitas nas redes sociais.

A tristeza é uma emoção fascinante, por que ao mesmo tempo que para alguns está ligada à fraqueza, para a psicologia é uma importante ferramenta para a transformação interior e o crescimento emocional daqueles que têm coragem para se olhar com respeito e amor, vivenciando de forma profunda suas emoções.

Sendo assim, a tristeza como emoção básica é um acompanhante natural do desenvolvimento humano.
Quando se sentir triste, sugerimos que você se questione: Quando estou triste? Como me comporto quando estou triste? Qual o tamanho da minha tristeza? O que devo fazer com ela? Se conseguir responder a todas essas perguntas e ainda assim a sua tristeza continuar crescendo e se tornar mais forte e presente, não deixe de buscar ajuda profissional.

A tristeza como emoção básica

Com o desenvolvimento das tecnologias e o crescimento do mundo corporativo com todas as suas peculiaridades, temos vivido um momento onde nossas emoções tem se tornado mais presentes e os nossos meios para lidar com elas ficam cada dia mais reduzidos. Diante do acúmulo de responsabilidades e horários a serem cumpridos, metas e objetivos a serem alcançados e da necessidade de demonstrar sempre emoções positivas, nos afastamos da realidade e entramos cada vez mais em uma cultura totalmente avessa à tristeza.

Embora faça parte das emoções básicas, em muitos contextos costumamos rejeitá-la, transformando ela no sentimento dos fracos ou vitimados. Mas a tristeza é uma emoção natural, e precisamos encarar isso como um fato. Como emoção básica, ela costuma ser passageira e trazer consigo momentos de reflexão que quando vividos com consciência, auxiliam no desenvolvimento de todos os seres humanos.

A tristeza surge a partir de situações ligadas à perdas, decepções, choques ou insatisfações reais. Até mesmo para aquelas pessoas que vivenciam momentos de profunda alegria, a tristeza existe e pode aparecer nas formas de pensar e se comportar de todas as pessoas. As duas emoções são consequências das nossas escolhas, e precisamos lembrar que nós temos poder sobre elas.

Vivemos em uma sociedade onde a exposição da vida e de quem somos virou uma forma de competição velada. A preocupação de muitos passou a ser demonstrar uma situação de vida muito feliz, com idas a lugares da moda, viagens para lugares paradisíacos e uma superexposição de emoções positivas, que contam com muitos likes e um bem-estar que não existe. Como sociedade, temos enorme dificuldade em lidar com as frustrações, traições e o abandono, e muitos preferem esconder-se atrás de perfis repletos de inverdades a mostrar suas dores.

Algumas pessoas sentem uma tristeza “fora da curva” que é impossível de esconder, apresentando muito mais dificuldade em lidar com suas emoções e realizar suas atividades diárias. A tristeza para essas pessoas tem uma duração e uma intensidade geralmente maior, e elas precisam buscar ajuda profissional para receber apoio e orientações específicas.

Mas se você não se percebe “fora da curva”, aproveite esse momento para olhar para dentro com cuidado e amor, se dedique a sentir a emoção e deixá-la passar, sem julgamentos, sem fugir ou tentar desfazer a emoção. Permita-se sentir, respeitando-se, mas não se apegue a emoção e deixe que ela vá embora quando chegar a hora.