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Quando buscar psicoterapia?

Durante muitas décadas, o senso comum acreditou e propagou que psicoterapia e sua ciência terapêutica eram indicados quase exclusivamente para pessoas com problemas mentais graves. Pessoas com psicopatologias deveriam ser tratadas por esses profissionais, mas aqueles com outras necessidades emocionais de desenvolvimento ou autoconhecimento deveriam aprender a lidar com isso no dia a dia, elaborando suas dores, suportando suas angústias e dando conta de todas as questões da vida com o apoio de familiares e amigos próximos.

Hoje com o desenvolvimento das terapias e sua desmistificação, sabe-se que muitas pessoas procuram acompanhamento psicológico e nem todas, ou pelo menos um número muito menor do que se imagina, busca psicoterapia por serem doentes mentais. A grande maioria hoje busca desenvolvimento emocional e mental, crescimento profissional, autoconhecimento, e muitas outras características de personalidade que são necessárias para que possamos alcançar os mais altos voos nas nossas vidas com leveza, alegria e muito amor-próprio.

Mas você sabe quando buscar psicoterapia?

Queremos dividir com você alguns dos motivos mais comuns pelos quais somos procurados em nossa clínica. Eles ajudarão você a perceber que psicopatologia é apenas uma pequena parte disso tudo.

1 – A busca pelo autoconhecimento e inteligência emocional

Muitas pessoas percebem que tem dificuldade em lidar consigo mesmas, suas emoções, comportamentos e pensamentos diante de determinadas situações. Essas pessoas são geralmente capazes de perceber que as coisas não estão funcionando como gostariam, mas são incapazes de perceber as raízes dessas reações disfuncionais e como podem mudar algumas atitudes através das interpretações e pensamentos. Essas pessoas buscam auxílio para se conhecerem melhor e aprenderem a lidar consigo mesmas nas mais variadas situações, reconhecendo seus limites e respeitando-se mais a cada dia.

2 – Quando o passado ainda tem muita importância e isso interfere no presente

Um número considerável de pessoas busca a terapia por estarem diante de situações onde o passado é muito importante, e costuma ser revivido quase que diariamente. Essa situação provoca emoções de tristeza, apatia, decepção, frustração, luto e uma série de emoções negativas difíceis de conviver, capazes de alterarem o funcionamento de qualquer ser humano quando se tornam predominantes e frequentes. Essas pessoas podem ter sofrido com términos de relacionamentos, morte de entes queridos ou perdas de bichinhos de estimação, decepções afetivas, problemas profissionais e uma infinidade de outras situações que podem provocar esse apego ao passado e gerar uma dificuldade na adaptação ao presente.

3 – Quando sentem que precisam recomeçar, mas não sabem como

Esses pacientes procuram as clínicas por perceberem que suas vidas precisam de um sentido, um novo começo ou talvez um novo propósito, mas por algum motivo não consegue definir esses novos caminhos e não se sentem seguros para recomeçar. Muitas vezes tem dificuldade em ultrapassar barreiras inicias dos planos traçados e se sentem paralisados, fracos e sem coragem de seguir em frente na busca por seus sonhos e objetivos. Essas pessoas sentem a necessidade de um recomeço, mas muitas vezes não sabem por onde começar.

4 – Quando percebem que precisam rever seus padrões de crenças pessoais, por que elas se tornaram disfuncionais e limitantes

Algumas pessoas buscam a terapia ao se darem conta que reagem muito mal às interpretações das situações ou às suas emoções diante dos fatos, provocando a famosa “tempestade numa xícara”, mas não são capazes de evitar ou até mesmo de lidar com as próprias emoções quando essas crenças são ativadas. Dentro das práticas profissionais, muitas vezes o paciente percebe que o medo, a insegurança e a dificuldade em ultrapassar determinados padrões são fortes mas irracionais quando avaliadas de perto, mas emocionalmente acreditam na veracidade do pensamento.

5 – Para rever algum padrão emocional disfuncional (ansiedade, estresse, TOC, Depressão e etc)

Esses são os pacientes que muitas vezes apresentam sintomas de sofrimento psicológico com interferências diretas no comportamento e no meio em que vivem. São pessoas que muitas vezes já passaram por outros tratamentos, ou já receberam algum diagnóstico de saúde mental e buscam apoio para a diminuição do seu sofrimento emocional. Alguns percebem alterações importantes na vida, mas só na terapia encontram as causas e os meios para lidar com tudo aquilo que vivem e se adaptar às novas formas de vida e novas formas de ser e estar o mundo.

Sabemos que muitas vezes encontrar um terapeuta com quem você se identifique ou conseguir se organizar para iniciar a terapia pode ser  muito difícil, e isso pode fazer você pensar em desistir. Nós garantimos que o processo de terapia quando bem compartilhado entre terapeuta e paciente, é sempre libertador e gratificante para aquele que consegue fazer o investimento no próprio desenvolvimento.

Busque psicoterapia com psicólogos registrados nos seus respectivos conselhos.

Pequeno manual para não idealizar seu parceiro

Não existe verdade maior: é possível passar do amor ao ódio com uma rapidez assustadora se o botão certo for apertado. A decepção tem um grande poder para nos tirar do amor difícil que nós não conseguimos nos livrar sozinhos. O caminho mais fácil para se iludir com um amor é o da idealização da pessoa amada. Geralmente criamos uma imagem do outro e lutamos a todo custo para enquadrar a pessoa amada nessa imagem, como se o outro tivesse quase que por obrigação caber exatamente em nosso mundo como desejamos.              Então, para começar nosso pequeno manual, vamos iniciar do básico:

1 – Seu parceiro não é perfeito, se relacione com a realidade

Não existem pessoas perfeitas (bem-vindo ao mundo das pessoas normais). Como a pessoa amada não é perfeita, você vai ter que lidar com o lado bom e o lado mau dela. Isso vai permitir a você começar a definir o que é suportável e o que é insuportável. Você vai poder perceber se as qualidades do seu parceiro são maiores que os defeitos, e como você se adapta ao que considera ruim.

Aprenda que, se você só consegue amar uma parte do seu parceiro, você não vai conseguir construir uma relação estável. Pode ser que algumas coisas não agradem você, mas dentro de qualquer relação é preciso haver identificação e aceitação da essência de cada um, para que seja uma relação saudável e respeitosa para os dois lados.

2 – Olhe para a pessoa amada sem distorções

Ver o seu parceiro sem distorções, é olhar para ele de forma completa, se interessando por tudo aquilo que o cerca e compreendê-lo de forma profunda e verdadeira, pela história do outro, seus planos, sonhos, como acontecem suas relações familiares, profissionais e como se dá cada um dos seus papéis vividos diariamente. Seu parceiro além de ser seu parceiro, tem pai, mãe, irmãos, amigos, filhos, gente de fora com quem se relaciona, colegas de trabalho e pessoas por quem tem sentimentos. Você ao conhecer tudo isso, vai poder compreendê-lo sem distorcer a realidade que ele vive e como se comporta.

3 – Não se ama pelo que se imagina, ama-se o que o outro é

Gostaríamos de dizer que é possível se apaixonar bela aparência física, mas geralmente nos acostumamos a ela depois de poucos meses. Se você não amar a pessoa pelo que ela é, sua personalidade, virtudes, humor, jeito, sorriso, forma de lidar com o mundo e até alguns de seus defeitos, e sim por sua beleza, fama, status ou pelo dinheiro, você dificilmente vai conseguir um relacionamento estável e duradouro.

4 – Onde não houver reciprocidade não se demore

Poder dar e receber amor, vibrar com o outro, comemorar suas alegrias e chorar suas tristezas, é muito bom e saudável para qualquer relação quando acontece dos dois lados. Mas não se demore onde não houver reciprocidade e você não sentir que seus esforços tem retorno. Não insista. Não é egoísmo, é gostar si mesmo, quem se é. Honrar a si mesmo dentro de qualquer relação afetiva é fundamental para sua saúde mental e física.

5 – Que o amem pelo que você é

Quando você tem um companheiro que o idealiza, o elogia em tudo, o trata como um deus e você aceita essa exaltação, se conforta com ela, é sinal de que algo na sua autoestima não vai bem e talvez você precise olhar melhor para você mesmo. Sentir-se idealizado cria vícios como uma droga em pessoas inseguras. Depois de algum tempo, é comum vermos pessoas assim perdendo a própria identidade e se tornando uma pessoa diferente para si mesmo.

Acreditamos que se você puder colocar em prática esse pequeno manual que trouxemos pra você a partir do Livro “Manual para não morrer de amor” de Walter Riso, você será capaz de mudar alguns padrões dentro do seu relacionamento ou construir novas histórias com mais saúde, tranquilidade e respeito. Seja paciente, mas se ame e seja honesto consigo mesmo antes de qualquer coisa. Acreditamos que com esse pequeno manual você será capaz de Voar Alto e levar seu parceiro ao seu lado nesse voo.

Não idealize a pessoa amada, evite distorcer a realidade em razão do amor

Você pode idealizar a pessoa amada de diversas formas: você pode mentir para os outros, mentir para si mesmo e pode aumentar ou diminuir características. Você pode inventar praticamente tudo o que quiser diante de um parceiro, e até se apaixonar pela imagem que cria. A nossa experiência na prática nos mostra que todos os apaixonados criam de alguma forma seu parceiro, e a sua parte racional ama o parceiro real, e seu lado idealista se apaixona por aquela pessoa que foi idealizada.

Ver seu parceiro como ele é, de forma nua e crua, requer coragem. Quando limpamos a imagem que criamos e passamos a conviver com a realidade, às vezes não gostamos do que vemos. Se isso acontecer com você, talvez seja melhor repensar a relação, porque você pode estar com a pessoa errada.

Não estamos dizendo que tudo em seu par deve ser compatível e igual ao que você gostaria, mas que é preciso fazer sempre um contato verdadeiro, sem maquiagens ou sem camuflagens, e aí sim decidir se quer se relacionar ou não com essa pessoa. Seja capaz de amar o que o outro é, e não o que você gostaria que ele fosse.

Nos consultórios vemos casos onde o parceiro idealiza o outro como uma forma de se sentir melhor com ele mesmo, e usam o outro como fonte de admiração e crescimento pessoal, como uma conquista, um troféu a ser mostrado. Não queremos dizer que você deve ser insensível às qualidade da pessoa que ama, mas uma coisa é admirar, outra é idolatrar com fins lucrativos. Acredite, isso ainda existe.

Vamos contar para você as quatro formas mais comum de idealização amorosa que vemos em nossos consultórios, e com a ajuda do autor Walter Riso, vamos descrever para que você seja capaz de reconhecê-las e aprenda a lidar com elas da melhor maneira possível. Nosso objetivo é desenvolver o seu autoconhecimento para depois você poder conhecer o outro e ser capaz de amá-lo como ele verdadeiramente é.

1 – Cegueira amorosa ou ignorar o mau o que outro lhe faz

Muitas pessoas amam a parte do outro que convém a elas ou que as afeta menos. Muitas vezes em nossos consultórios, vemos pessoas que ignoram os defeitos dos outros, mesmo que esses defeitos tragam a elas consequências diretas, como o paciente que ignora a cleptomania da esposa, ou a esposa que ignora o vício em jogos do marido que a faz perder todo dinheiro deles, ou mãe que tenta não ver o uso de drogas do filho. Uma coisa é ficarmos obcecados pelos defeitos de quem amamos, outra coisa é ignorarmos porque não queremos lidar com eles.

Essa é uma tática muito usada quando não queremos ou achamos que não podemos lidar com a realidade dos fatos, como se assim o risco das consequências fossem menores. Infelizmente, temos que dizer que em algum momento esses defeitos vão trazer a você consequências, e você não vai ter como não enfrentá-las por mais difíceis que sejam. Então, esteja atento aos defeitos do outro e perceba em você se quer, pode e consegue lidar com eles.

2 – Exagerar ao enxergar o lado bom do outro

Exagerar e maximizar o que o outro faz de bom, parabenizar os bons comportamentos mesmo que os maus sejam MUITO mais frequentes. O hábito em elogiar se torna tão frequente que as qualidades do outro são sempre elevadas a um nível que o leva a acreditar, e passa a realmente existir no relacionamento um jogo de mentiras onde os dois acreditam.

Se todos os dias você for elogiado e tratado como um deus, vai acabar acreditando que o outro tem razão, e vai acabar acreditando “Porque não? Afinal, não sou tão mal assim”. Em consequência, a pessoa vai agir como tal.

Se o seu parceiro elogia você, acha você a pessoa mais inteligente, bonita e sexy do mundo, se sinta lisonjeada e feliz, mas não se engane levando tudo ao pé da letra. Existem muitas opiniões no mundo, nem tudo que ele diz sobre você é a verdade absoluta para o resto do mundo.

3 – Minimizar os problemas ou “Não é isso tudo o que parece”

Algumas pessoas tentam se esconder da realidade e não encarar os defeitos do outro de frente, mas inevitavelmente para todos chega uma hora em que não é mais possível esconder e fazer de conta que não está vendo. Nessa hora, é usada a distorção cognitiva de minimizar as coisas e fazer de conta que não são tão graves quando parecem ser. Um exemplo que posso dar é o de um paciente cuja esposa tinha crises de raiva e algumas vezes chegou a agredí-lo fisicamente. Neste caso, o paciente se recusava a enxergar os abusos que sofria na relação, e não conseguia enxergar a esposa como uma agressora mal intencionada, e sim uma mulher com algum desequilíbrio.

Nesses casos precisamos fortalecer nossa autonomia, assertividade e amor próprio em nós mesmos, para que sejamos capazes de lidar com defeitos que machucam mas que precisam ser vistos e considerados para construir uma relação sólida duradoura.

4 – Quer ser amigo de quem nos machucou

Aqui o objetivo é se afastar do outro a ponto de garantir a visão que se tem do outro, mesmo que esse tenha trazido a você muitas dores. Exemplos como “ele não é bom marido, mas é um ótimo pai” ou “ele é um ótimo amigo, mas um péssimo namorado” são relatados com frequência nos consultórios, e nem sempre ouvir isso quer dizer que o fim daquele relacionamento está próximo. Às vezes isso pode levar meses, até anos para acontecer.

Pode alguém que magoou você e fez você sofrer virar seu amigo da noite para o dia? É possível transformar essa pessoa no seu melhor amigo sem rancores?

Perdoar não é ter amnesia e esquecer-se de tudo que aconteceu, mas recordar sem dor. Isso se consegue com um trabalho interno constante, focado no reconhecimento dos próprios valores e limites.

Sabemos que nos identificarmos com algumas dessas características de relacionamentos é bem comum, e queremos dizer que é sim possível construir relacionamentos mais saudáveis e muitos mais sólidos se você baseá-lo na realidade dos fatos, mesmo que não seja aquilo que você gostaria de ver. Esconder vai ser sempre pior a longo prazo. Busque ajuda se sentir necessidade.

As três bases para um relacionamento afetivo sólido e saudável

Quando lemos sobre relacionamentos afetivos na visão de diferentes autores, aprendemos que para termos um relacionamento saudável e que dure por um longo período de tempo, é preciso ter uma lista com várias características de personalidade. Características como compromisso, generosidade, consideração, responsabilidade, lealdade, cooperação, confiabilidade, capacidade de reconhecer erros, capacidade de adaptação, de ser solidário, de perdoar, entre outras, são realmente importantes dentro de qualquer relacionamento. Porém, com o passar do tempo essa lista cresce, e nós acabamos nos cobrando e esperando do outro cada dia mais.

Se você realmente tiver desenvolvido todas essas características de personalidade sem nenhum tipo de ajuda, você está chegando bem próximo da santidade e provavelmente não terá mais necessidade nenhuma de ter um companheiro (a) ou de fazer terapia. Na prática, o que vemos na clínica é outra realidade, pois a grande maioria de nós está bem distante de toda essa excelência falada por tantos “teóricos do amor”. Somos seres humanos cheios de imperfeições, medos e dificuldades, e quando nos relacionamentos afetivamente com alguém levamos conosco todos esses “problemas”, e junto com eles nossas melhores qualidades e possibilidades de mudança e evolução.

Após muitas sessões com pacientes e estudos realizados, vamos apresentar três bases que consideramos importantes para você manter um relacionamento afetivo saudável (com os pés no chão).

1 – Amizade

Você já parou para pensar por que se sente tão feliz com seus amigos? Por que quando está com eles tem vontade de contar coisas, saber da vida deles, como estão e faz tudo isso com atenção e cuidado? Existe alegria e amor nisso, existe também cumplicidade entre vocês, e, definitivamente, isso é algo que qualquer relacionamento afetivo precisa cultivar para ser saudável.
Contrariando grandes pensadores, acreditamos que não só podemos ser amigos do nosso companheiro, como devemos fazê-lo com a mesma cumplicidade, lealdade e cuidado com que construímos nossas amizades mais longas.
Lembre-se: não se faz só amor, se faz amizade também.

2 – Atração Física/ Desejo

Em uma relação afetiva, tem de haver atração física. É preciso sentir vontade, desejo de ser e estar inteiramente com o outro. Se você é do tipo que precisa reunir forças e coragem para fazer amor com seu parceiro, queremos dizer que a situação vai mal, e talvez você precise rever o lugar onde está.
O seu parceiro precisa ser como sua comida favorita: você come hoje e se delicia, amanhã a saciedade passa mas você facilmente se deliciaria novamente com a sua iguaria preferida. Os casais que acabam se deixando cair na rotina costumam trocar a paixão inicial, a criatividade e alegria sexual, por gestos e práticas mecânicas, sem emoção e muitas vezes deprimentes como uma forma apenas de satisfazer o outro ou a si mesmo.
Isso é fatal para qualquer autoestima, e destrói qualquer relacionamento.

3 – Compatibilidade

O MITO nos ensina que os opostos se atraem, mas queremos dizer para você que na prática isso não é verdade. Quando as diferenças são maiores que as compatibilidades em fatores muito importantes para sua personalidade, e você se vê obrigado a sustentar e defender seu ponto de vista como se estivesse sendo julgado, você está com a pessoa errada sendo colocada num lugar que não é o seu.

Algumas diferenças são bem difíceis de conciliar, e muito possivelmente afetarão a amizade e a relação entre você e seu companheiro. A ideologia social/política, os projetos pessoais, a religião, os princípios éticos, as atitudes diante das situações que a vida impõe e outros fatores que demonstram diferença na visão de mundo, são exemplos dessa incompatibilidade.

Apesar de acreditarmos que essas são as bases para um relacionamento sólido que pode existir a longo prazo de forma prazerosa e feliz, na prática, mesmo que todas essas características existam, sabemos que as pessoas não se apaixonam por apenas uma parte do outro. Por mais que tentemos fragmentar e amar ou não uma parte do nosso companheiro, é impossível dividir uma personalidade de acordo com nossas vontades e conviver apenas com aquilo que nos interessa.

Não podemos e não devemos ignorar por completo as características, vícios, erros e acertos na vida que o outro traz consigo mesmo, porque mais cedo ou mais tarde isso aparecerá e fará parte da sua realidade e do seu relacionamento. Sugerimos que você conheça MUITO bem a pessoa com quem se relaciona antes de se envolver profundamente e fazer planos de uma história duradoura, pois descobrir o outro após um compromisso firmado pode ser uma surpresa, e não podemos garantir se será boa ou não.

Terminei meu relacionamento, o que fazer para esquecer?

Para a maioria das pessoas, terminar um relacionamento amoroso é algo doloroso, um momento onde oscilar entre saudade, tristeza, nostalgia e vazio é tão natural quanto alimentar-se, trabalhar ou até respirar.
Todo término de relacionamento deixa rastros, seja um namoro, um casamento, ou aquele crush que nem chegou a virar namoro. Todos exigem diferentes graus de esforço para serem superados.

Ser forte nesses casos não é a mesma coisa que não sofrer, mas ser capaz de aprender com a situação e seguir em frente apesar das emoções e pensamentos que teimam em levar você de volta ao mesmo lugar.

No Livro “Manual para não morrer de amor”, Walter Riso sugere seis dicas de como superar um término sozinho, tendo o autocuidado e o respeito pessoal como base para a libertação emocional que tanto buscamos após um término.

  1. Rodeie-se de amigos e familiares: Quem nos ama de verdade tenta nos puxar para cima, não importa se temos razão ou não, pois essas pessoas preocupam-se conosco e não costumam nos julgar. Não é hora para lidar com aqueles “amigos” que julgam e teimam em lembrar o quanto você é difícil ou o quanto você perdeu com o término. Você não precisa que ressaltem seus defeitos nem suas perdas nesse momento.
  2. Dê tempo ao tempo: Não se desespere, você precisa de tempo para lidar com todos os pensamentos e sentimentos que um término de relacionamento traz. Aprenda a lidar com você mesmo, se bastar, dar conta de você mesmo e suas emoções sem envolver-se com ninguém. Busque ser “uno” para depois ser “duo”.
  3. Faça uma autoavaliação: Na grande maioria das relações que chega ao fim, existem erros cometidos por ambos os envolvidos. Alguns podem ter peso diferente de outros, mas é fundamental que você busque perceber como e onde errou. Essa autoavaliação ajudará você a evitar novos erros, e não procurar o mesmo parceiro para tentar corrigir os erros passados.
  4. Elabore o luto: Tenha em mente que além de sofrimento, o luto representa a cura que a natureza traz para você. É uma limpeza profunda que permitirá que você ame novamente sem o peso dos traumas. Por isso, é importante viver e deixar fluir. Realizar os três passos anteriores e praticá-los sempre que necessário.
  5. A desforra prende você ao passado: Não se envolva com outra pessoa para esquecer um amor que não deu certo ou para se vingar do ex. A vingança mantém você preso a ele. A verdadeira vingança é deixar de amar quem não ama você ou faz mal intencionalmente. A melhor vingança é ser feliz, verdadeiramente feliz.

Sabemos que terminar um relacionamento nunca é fácil, e é ainda pior quando o relacionamento durou muitos anos. Acredite em você e mantenha o foco nos seus objetivos, permita-se viver e sentir com respeito e paciência e dê tempo ao tempo. Se ainda assim sentir que precisa de auxílio, busque ajuda profissional.

Sobre aqueles que vivem um relacionamento saudável

Sabemos que existem sim casais saudáveis, que convivem harmoniosamente com muito amor e respeito em seu relacionamento. Esses casais estão por aí, se esforçando juntos, crescendo e aprendendo mais a cada dia com a própria história. São casais perfeitos? Não, mas são casais amigos, cúmplices, onde a troca, a compreensão e o prazer em estar juntos é maior que tudo.

Algumas pessoas desenvolvem características que as fazem cultivar esses tipos de relacionamentos. Essa características são fundamentais para garantir a saúde afetiva do casal. Sugestões feitas por Walter Riso no livro “Para não morrer de amor”, nos ajudam a refletir sobre a forma de funcionamento dessas pessoas.

As pessoas que conseguem manter relacionamentos saudáveis por um longo período de tempo, costumam ter em mente que se não são admiradas, escutam sempre palavras dolorosas, ou não são motivo de orgulho, seu parceiro NÃO as ama verdadeiramente. Por isso, não permanecem nem insistem naquilo que deveria ser natural e não é.

Outra característica fundamental é compreender que, se amar implica perder a liberdade básica de sentir e pensar por sua conta, você está sendo dominado ou está preso. Nenhuma dessas opções é suportável para quem tem amor próprio. Geralmente, essas pessoas tem internalizado que o primeiro amor é sempre o amor próprio. Se o amor o obriga a involuir de alguma forma, não é amor. Compreensão, apoio e motivação nas medidas certas fazem toda a diferença, e as pessoas com relacionamentos maduros sabem disso.

Para o amor saudável não existe autopunição, e nunca é preciso padecer pela pessoa amada, mas sim usufruir da sua companhia, suas habilidades, seu humor, e tudo mais que o outro é. Não adianta se relacionar com pessoas que adoçam seus ouvidos e amargam sua vida. Você pode até escutar o que você quer ouvir, mas se aquilo não é compatível com o que você vive no dia-a-dia, não se demore, siga sua vida e procure outro caminho.

A última característica que gostaríamos de dividir com você, é a consciência de que perdoar não é ter amnesia e esquecer os erros, mas aprender a recordar sem dor. Isso não se consegue por que você quer ou o por que outro exige, pois perdoar requer paciência e aprendizado.

Busque ajuda sempre que perceber que está preso aos sentimentos de mágoa, injustiça ou tristeza. Aqueles que amam de uma forma saudável, não se permitem prolongar o próprio sofrimento.

Cinco dicas para lidar com pessoas difíceis

Lidar com as pessoas difíceis e suas diferenças não é fácil. É preciso paciência e compreensão para tornar nossos dias mais leves, e principalmente aprender a lidar com nós mesmos e desenvolver nosso autoconhecimento, que vai ser a base para nossas relações sociais.

Sabemos que pessoas difíceis existem, e normalmente elas não sabem que são assim. Lidar com elas não é tarefa fácil para ninguém, geralmente por que elas estão sempre reclamando de alguma coisa, dificultando as situações. Para elas, a culpa é sempre do outro. Não é nada pessoal, a pessoa difícil geralmente funciona assim com todos ao seu redor, e em todos os ambientes pelos quais passa.

Conviver com pessoas difíceis requer que usemos a empatia e nos coloquemos no lugar do outro para compreender por que essas pessoas agem dessa forma. Viver o dia a dia com pessoas assim pode ser irritante, e às vezes perdemos a paciência. Por isso, preparamos cincos dicas para você:

  1. A melhor forma de se expressar é através do diálogo assertivo, onde você é capaz de falar sobre seus pensamentos e emoções de forma clara, direta e objetiva, para que o outro compreenda sem se sentir menosprezado ou atacado por isso.
  2. Não caia nas provocações que as pessoas difíceis costumam fazer. Respire fundo, pratique a atenção plena e não deixe que as emoções tomem conta das suas decisões. Cair na provocação do outro não resolve a situação. Afaste-se e na hora certa converse e resolva as coisas.
  3. Ninguém é completamente bom nem mau, todos temos características positivas e negativas. Olhe para a pessoa difícil e não se esqueça disso. Descubra quais as características positivas ela tem e valorize-as.
  4. Ajude a pessoa difícil a refletir. Faça perguntas que o ajudem a refletir e perceber como está se comportando diante das situações que talvez ela não perceba. Assim, você estará auxiliando o processo de desenvolvimento dela de uma forma positiva.
  5. Entenda que existem limites e você não tem controle sobre o comportamento das pessoas, mas você tem controle sobre o seu próprio comportamento. Busque desenvolver seu autoconhecimento para compreender como se comportar diante das situações que as pessoas difíceis podem causar.

Não se esqueça de que para lidar com pessoas difíceis, você antes precisa ser capaz de lidar com você mesmo. Por isso, tente cultivar e manter suas atividades prazerosas, aquelas que trazem tranquilidade e alegria a você, independente da sua relação social.

Como lidar com pessoas difíceis é um tema recorrente no consultório. Estamos aqui para auxiliar você em mais este investimento pessoal.

Como ser mais paciente?

Desenvolver a paciência pode ser um caminho muito produtivo para quem quer ser alguém mais pacífico e amoroso. Sem paciência, a vida é extremamente frustrante, e você acaba se tornando uma pessoa irritável, aborrecida e entediada.

A paciência é capaz de aumentar a dimensão do bem-estar e da compaixão em sua vida. Ela é essencial para a sua paz e tranquilidade.

Tornar-se mais paciente implica em abrir seu coração para o momento presente, vivendo cada dia com atenção e focando naquilo que realmente está vivendo, mesmo que isso pareça difícil para você. Em um engarrafamento quando você está atrasado para o trabalho, pode ser um bom momento para você praticar a atenção plena e relaxar alguns minutos, ouvir uma música e esperar. Afinal, você não pode passar por cima de todos os carros parados que estão à sua frente.

A paciência é uma virtude que pode ser aumentada com a prática consciente. Uma forma eficaz para te ajudar, é criar pequenos períodos de tempo onde você possa focar completamente sua atenção e praticar a paciência. Esses períodos podem ser de apenas cinco minutos, mas irão desenvolver sua capacidade de paciência ao poucos. Comece dizendo para você mesmo que não vai se aborrecer durante esses cinco minutos, e quando perceber que já consegue fazer isso tranquilamente, aumente seu tempo para dez minutos.

Ao praticar a paciência através da atenção plena, você perceberá que sua intenção de ser paciente aumenta sua capacidade de ser paciente, e isso é uma realidade. A paciência é uma dessas qualidades que fazem parte das pessoas bem sucedidas e focadas em seus próprios objetivos, e ao começar a praticá-la, você verá que é capaz de praticá-la por períodos cada vez maiores.

Ser paciente vai permitir a você agir colocando as coisas em perspectiva. Você vai perceber que o problema que está diante de você é um desafio do presente, e não um problema de vida ou morte, mas apenas um obstáculo menor que precisa ser superado. Sem paciência, o mesmo problema se torna uma emergência cheia de gritos, frustrações, sentimentos feridos e muito estresse. Isso não vale a pena. Quer você esteja diante de crianças, do seu patrão ou de um familiar difícil, se você não quer ficar estressado, desenvolver sua paciência pode ser muito útil.

Seis passos para um relacionamento saudável.

Não podemos falar em como manter um relacionamento de forma saudável sem antes defini-lo e para isso é necessário dizer que um relacionamento saudável é aquele que harmoniza o ambiente e proporciona o sentimento de igualdade, respeito, liberdade, cuidado e atenção, nessa relação promove-se o bem-estar de todos os envolvidos.

Seja entre familiares, amantes, amigos ou colegas de trabalho, o relacionamento saudável acaba promovendo o bem-estar de forma mútua, independente de suas diferenças, além disso, o relacionamento saudável deve resguardar a liberdade de expressão de cada um, sem medo de ser reprimido ou julgado.  Precisa estimular a capacidade e a habilidade de manter o convívio social, já que esse é um fator essencial para a vida humana em sociedade.

Numa relação saudável é natural existir ciúme, porém é necessário que exista uma dose muito maior de admiração, respeito, autonomia e compreensão, o diálogo frequente e uma comunicação direta e honesta são também características de uma relação saudável.

Mas, como manter um relacionamento saudável?

  1. Cultive afeto e admiração;

Como já dissemos, respeito e admiração são fundamentais na construção e manutenção de um relacionamento saudável, sem isso não existe motivação para mudanças ou mesmo para permanecer próximos.

2.      Pratique a empatia;

A empatia é conhecida como a capacidade humana de se colocar no lugar do outro e compreender suas motivações, visões e atitudes, ele surge naturalmente, porém, autores respeitados como Daniel Goleman (grande estudioso da inteligência emocional) afirma que a empatia pode ser desenvolvida e estimulada.

A empatia gera bem-estar e auxilia na harmonia entre os indivíduos, proporcionando sentimentos de reconhecimento e valorização, sentimentos que permitem o respeito aos pensamentos e crenças alheias, ainda que você discorde destes.

3.      Sejam pacientes;

A paciência junto com a tolerância é a base para qualquer relação saudável, seja, entre amigos, familiares ou mesmo funcionários e seu chefe, a paciência é uma característica que proporciona harmonia e bem-estar para a manutenção de um relacionamento saudável.

  1. Evitem discutir;

Busque sempre falar com calma, dialogar sem elevar o tom de voz, evite gritar ao invés disso melhore seus argumentos e aceite os argumentos do outro. Aprenda a ceder em determinados momentos, isso pode ser uma demonstração de altruísmo.

5.       Saibam ouvir;

Num relacionamento saudável existe a troca de experiências como a base para um dialogo saudável, então é preciso lembrar que existe sempre o seu momento de falar e o seu momento de ouvir. Saiba ouvir com atenção, ouça suas emoções, buscando compreender o que o outro tem a dizer e se expressando da forma mais clara e direta possível. Os maiores problemas de um relacionamento costumam ser resolvidos por meio da comunicação verbal.

  1. Admitam seus erros;

Além de uma atitude honesta você estará dando ao outro a oportunidade de agir da mesma forma, peça desculpas, busque consertar o erro, reduzindo ao máximo os prejuízos provocados pelo ocorrido. Assumir seu erro faz com que a situação possa ser superada mais rapidamente e sem traumas.

Agora se depois de receber tantas informações sobre o que é e como manter um relacionamento saudável, você perceber que não consegue demonstrar esses sentimentos e apresentar essas atitudes dentro dos seus relacionamentos, percebendo ainda que os seus relacionamentos estão sendo permeados por competições, brigas e indelicadezas, talvez seja a hora de buscar um psicólogo e iniciar o processo de psicoterapia, porque o psicólogo é o profissional capaz de auxiliar o equilíbrio das emoções e te orientar no desenvolvimento da inteligência emocional.