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Pequeno manual para não idealizar seu parceiro

Não existe verdade maior: é possível passar do amor ao ódio com uma rapidez assustadora se o botão certo for apertado. A decepção tem um grande poder para nos tirar do amor difícil que nós não conseguimos nos livrar sozinhos. O caminho mais fácil para se iludir com um amor é o da idealização da pessoa amada. Geralmente criamos uma imagem do outro e lutamos a todo custo para enquadrar a pessoa amada nessa imagem, como se o outro tivesse quase que por obrigação caber exatamente em nosso mundo como desejamos.              Então, para começar nosso pequeno manual, vamos iniciar do básico:

1 – Seu parceiro não é perfeito, se relacione com a realidade

Não existem pessoas perfeitas (bem-vindo ao mundo das pessoas normais). Como a pessoa amada não é perfeita, você vai ter que lidar com o lado bom e o lado mau dela. Isso vai permitir a você começar a definir o que é suportável e o que é insuportável. Você vai poder perceber se as qualidades do seu parceiro são maiores que os defeitos, e como você se adapta ao que considera ruim.

Aprenda que, se você só consegue amar uma parte do seu parceiro, você não vai conseguir construir uma relação estável. Pode ser que algumas coisas não agradem você, mas dentro de qualquer relação é preciso haver identificação e aceitação da essência de cada um, para que seja uma relação saudável e respeitosa para os dois lados.

2 – Olhe para a pessoa amada sem distorções

Ver o seu parceiro sem distorções, é olhar para ele de forma completa, se interessando por tudo aquilo que o cerca e compreendê-lo de forma profunda e verdadeira, pela história do outro, seus planos, sonhos, como acontecem suas relações familiares, profissionais e como se dá cada um dos seus papéis vividos diariamente. Seu parceiro além de ser seu parceiro, tem pai, mãe, irmãos, amigos, filhos, gente de fora com quem se relaciona, colegas de trabalho e pessoas por quem tem sentimentos. Você ao conhecer tudo isso, vai poder compreendê-lo sem distorcer a realidade que ele vive e como se comporta.

3 – Não se ama pelo que se imagina, ama-se o que o outro é

Gostaríamos de dizer que é possível se apaixonar bela aparência física, mas geralmente nos acostumamos a ela depois de poucos meses. Se você não amar a pessoa pelo que ela é, sua personalidade, virtudes, humor, jeito, sorriso, forma de lidar com o mundo e até alguns de seus defeitos, e sim por sua beleza, fama, status ou pelo dinheiro, você dificilmente vai conseguir um relacionamento estável e duradouro.

4 – Onde não houver reciprocidade não se demore

Poder dar e receber amor, vibrar com o outro, comemorar suas alegrias e chorar suas tristezas, é muito bom e saudável para qualquer relação quando acontece dos dois lados. Mas não se demore onde não houver reciprocidade e você não sentir que seus esforços tem retorno. Não insista. Não é egoísmo, é gostar si mesmo, quem se é. Honrar a si mesmo dentro de qualquer relação afetiva é fundamental para sua saúde mental e física.

5 – Que o amem pelo que você é

Quando você tem um companheiro que o idealiza, o elogia em tudo, o trata como um deus e você aceita essa exaltação, se conforta com ela, é sinal de que algo na sua autoestima não vai bem e talvez você precise olhar melhor para você mesmo. Sentir-se idealizado cria vícios como uma droga em pessoas inseguras. Depois de algum tempo, é comum vermos pessoas assim perdendo a própria identidade e se tornando uma pessoa diferente para si mesmo.

Acreditamos que se você puder colocar em prática esse pequeno manual que trouxemos pra você a partir do Livro “Manual para não morrer de amor” de Walter Riso, você será capaz de mudar alguns padrões dentro do seu relacionamento ou construir novas histórias com mais saúde, tranquilidade e respeito. Seja paciente, mas se ame e seja honesto consigo mesmo antes de qualquer coisa. Acreditamos que com esse pequeno manual você será capaz de Voar Alto e levar seu parceiro ao seu lado nesse voo.

As três bases para um relacionamento afetivo sólido e saudável

Quando lemos sobre relacionamentos afetivos na visão de diferentes autores, aprendemos que para termos um relacionamento saudável e que dure por um longo período de tempo, é preciso ter uma lista com várias características de personalidade. Características como compromisso, generosidade, consideração, responsabilidade, lealdade, cooperação, confiabilidade, capacidade de reconhecer erros, capacidade de adaptação, de ser solidário, de perdoar, entre outras, são realmente importantes dentro de qualquer relacionamento. Porém, com o passar do tempo essa lista cresce, e nós acabamos nos cobrando e esperando do outro cada dia mais.

Se você realmente tiver desenvolvido todas essas características de personalidade sem nenhum tipo de ajuda, você está chegando bem próximo da santidade e provavelmente não terá mais necessidade nenhuma de ter um companheiro (a) ou de fazer terapia. Na prática, o que vemos na clínica é outra realidade, pois a grande maioria de nós está bem distante de toda essa excelência falada por tantos “teóricos do amor”. Somos seres humanos cheios de imperfeições, medos e dificuldades, e quando nos relacionamentos afetivamente com alguém levamos conosco todos esses “problemas”, e junto com eles nossas melhores qualidades e possibilidades de mudança e evolução.

Após muitas sessões com pacientes e estudos realizados, vamos apresentar três bases que consideramos importantes para você manter um relacionamento afetivo saudável (com os pés no chão).

1 – Amizade

Você já parou para pensar por que se sente tão feliz com seus amigos? Por que quando está com eles tem vontade de contar coisas, saber da vida deles, como estão e faz tudo isso com atenção e cuidado? Existe alegria e amor nisso, existe também cumplicidade entre vocês, e, definitivamente, isso é algo que qualquer relacionamento afetivo precisa cultivar para ser saudável.
Contrariando grandes pensadores, acreditamos que não só podemos ser amigos do nosso companheiro, como devemos fazê-lo com a mesma cumplicidade, lealdade e cuidado com que construímos nossas amizades mais longas.
Lembre-se: não se faz só amor, se faz amizade também.

2 – Atração Física/ Desejo

Em uma relação afetiva, tem de haver atração física. É preciso sentir vontade, desejo de ser e estar inteiramente com o outro. Se você é do tipo que precisa reunir forças e coragem para fazer amor com seu parceiro, queremos dizer que a situação vai mal, e talvez você precise rever o lugar onde está.
O seu parceiro precisa ser como sua comida favorita: você come hoje e se delicia, amanhã a saciedade passa mas você facilmente se deliciaria novamente com a sua iguaria preferida. Os casais que acabam se deixando cair na rotina costumam trocar a paixão inicial, a criatividade e alegria sexual, por gestos e práticas mecânicas, sem emoção e muitas vezes deprimentes como uma forma apenas de satisfazer o outro ou a si mesmo.
Isso é fatal para qualquer autoestima, e destrói qualquer relacionamento.

3 – Compatibilidade

O MITO nos ensina que os opostos se atraem, mas queremos dizer para você que na prática isso não é verdade. Quando as diferenças são maiores que as compatibilidades em fatores muito importantes para sua personalidade, e você se vê obrigado a sustentar e defender seu ponto de vista como se estivesse sendo julgado, você está com a pessoa errada sendo colocada num lugar que não é o seu.

Algumas diferenças são bem difíceis de conciliar, e muito possivelmente afetarão a amizade e a relação entre você e seu companheiro. A ideologia social/política, os projetos pessoais, a religião, os princípios éticos, as atitudes diante das situações que a vida impõe e outros fatores que demonstram diferença na visão de mundo, são exemplos dessa incompatibilidade.

Apesar de acreditarmos que essas são as bases para um relacionamento sólido que pode existir a longo prazo de forma prazerosa e feliz, na prática, mesmo que todas essas características existam, sabemos que as pessoas não se apaixonam por apenas uma parte do outro. Por mais que tentemos fragmentar e amar ou não uma parte do nosso companheiro, é impossível dividir uma personalidade de acordo com nossas vontades e conviver apenas com aquilo que nos interessa.

Não podemos e não devemos ignorar por completo as características, vícios, erros e acertos na vida que o outro traz consigo mesmo, porque mais cedo ou mais tarde isso aparecerá e fará parte da sua realidade e do seu relacionamento. Sugerimos que você conheça MUITO bem a pessoa com quem se relaciona antes de se envolver profundamente e fazer planos de uma história duradoura, pois descobrir o outro após um compromisso firmado pode ser uma surpresa, e não podemos garantir se será boa ou não.